O Futebol Raiz Voltou!
Apesar de não jogar aquilo que se espera, Cruzeiro atinge os objetivos da semana, se classifica na Copa do Brasil, e se recupera no Brasileiro.
Foto tirada no estádio Mineirão. |
Nesta semana, conversei por mensagens com um amigo atleticano (MG), e concordamos que a Copa do Mundo sem o Brasil não tem a menor graça. Ele não é nenhum poeta contemporâneo, mas definiu notavelmente nosso sentimento no momento pós-eliminação brasileira:
- "É uma brochada sinistra e inexplicável", declamou.
Essa brochada trouxe à tona uma enorme saudade do futebol brasileiro. Não havia mais o tesão pela maior competição de seleções do mundo. Na última segunda-feira, felizmente, alguns clubes da elite brasileira voltaram aos relvados do país, pelas oitavas da Copa do Brasil, incluindo o Cruzeirão Cabuloso. Já na quarta-feira, foi a vez do Brasileirão retornar.
O jogo de volta entre Cruzeiro e Atlético-PR foi um pouco imprevisível até a bola rolar. Afinal, ambas as equipes vinham de momentos ruins antes da Copa do Mundo. Somado a isso, o Cruzeiro teve péssimo desempenho no primeiro amistoso contra o Corinthians e no jogo-treino contra o Coimbra, mas apresentou certa evolução no segundo amistoso contra a equipe paulista. O Furacão trocou seu treinador durante a parada, substituindo Fernando Diniz por um treinador interino.
Deste jogo, infelizmente, extraímos mais pontos negativos do que positivos. A equipe celeste, ao melhor estilo Mano Menezes, utilizou a estratégia de evitar correr riscos. Por isso, não se lançou ao ataque em busca de um gol, e foi beneficiada pela baixa qualidade técnica do adversário paranaense. Diante disso, assistir ao primeiro tempo foi como ingerir sonífero, já que os times finalizaram pouquíssimas vezes e não proporcionaram grandes emoções.
Taticamente, o Cruzeiro entrou no seu habitual 4-2-3-1, com Thiago Neves centralizado, Arrascaeta pela esquerda e Rafinha pela direita. Sóbis fez a função de centroavante. Houve a dificuldade para criar jogadas, uma vez que Neves não fazia um bom jogo, perdendo algumas bolas e gerando contra-ataques, enquanto Rafinha e Arrascaeta não conseguiam fugir da marcação. Sóbis, mais uma vez improvisado, incomodou apenas por meio de um belo chute de longa distância, defendido pelo goleiro Santos.
O panorama da partida mudou apenas a partir dos 20 minutos do segundo tempo, com as mudanças feitas por Mano Menezes. Raniel entrou no lugar do nosso camisa 30 e deu mais dinâmica ao ataque. Mesmo assim, a melhor chance havia sido de Edilson, em outro chute de longe. Devo citar também Robinho, que entrou por 15 minutos e participou ativamente da partida, inclusive no lance do gol de Arrascaeta. Este, inclusive, foi um lance extremamente objetivo, que começou em Edilson no campo defensivo, passou por Raniel e Robinho, e terminou no uruguaio. Exatos 13 segundos entre o domínio do lateral-direito e a passagem da bola pelas redes paranaenses. Robinho teve ainda boa chance de fazer o segundo, mas parou no goleiro Santos.
Já nos acréscimos, o Atlético-PR empatou com Bergson, em falha coletiva da zaga do Cruzeiro, que ficou assistindo o atacante adversário receber, "chapelar" e completar para o véu da noiva do gigante da Pampulha. Individualmente, destaque negativo para Thiago Neves e David, que também pouco produziu. Sóbis pouco apareceu, mas jogou improvisado. Rafinha mais uma vez se doou muito, e Arrascaeta teve seus bons momentos. Destaque positivo para Raniel e Robinho, responsáveis pela melhora na criação de jogadas, e Edilson que cresceu de produção no segundo tempo.
Pela Copa do Brasil, o Cruzeiro volta a campo no dia 01/08, quarta-feira, contra a equipe do Santos, em São Paulo. Até lá, apenas jogos do Brasileirão, como o da última quinta-feira, 19/07, contra o América-MG, que marcou a estreia do pirata Hernan Barcos com a camisa celeste.
Cheguei cedo ao estádio, acompanhado do meu celular e da minha câmera fotográfica (meu pai, fiel escudeiro dos jogos, ainda estava a caminho). Apesar do futebol não muito convincente do jogo anterior, eu estava confiante que venceríamos, afinal venho acompanhando os jogos do América-MG, e não acreditava que o Cruzeiro teria chances de perder. Penso que, por mais que falte intensidade, o time azul é bem arrumado taticamente pelo treinador e é muito superior tecnicamente.
Diferentemente da partida contra o Atlético-PR, o Cruzeiro buscou mais as ações, embora tenha demorado cerca de 10 minutos para conseguir a primeira chance. Até então, o América-MG havia chegado por duas vezes com perigo, mas esbarrou na "dificuldade técnica" dos seus atletas de frente para concluir. Vale lembrar que o Coelho havia perdido seu camisa 10, Serginho, na véspera da partida, por estar envolvido em uma negociação. Com isso, sofreu com a falta de reposição à altura, o que culminou em uma escalação mais defensiva do técnico Ricardo Drubscky, com 4 volantes de origem (Wesley e Cristian jogaram mais adiantados, fora de suas respectivas posições), Aderlan flutuando pelas pontas e He-Man dentro da área. Na marcação, o América ora formava duas linhas de 4, ora formava uma linha de 4 na zaga e outra de 5 no meio, e isto dificultou as ações celestes.
Mesmo com as perigosas chegadas do América nos primeiros minutos, o Cruzeiro tinha mais a bola, e inclusive marcou um gol, que fora anulado corretamente. A equipe celeste continuou a tentar criar suas chances, mas não levava tanto perigo. Thiago Neves claramente se movimentou bastante, mas voltou a tomar decisões erradas, que gastaram um pouco a paciência do torcedor.
Tudo corria razoavelmente bem, até que Dedé pisou bisonhamente na bola. Cristian aproveitou a oportunidade e acertou um chute na gaveta, com extrema felicidade. No entanto, por se tratar do Mito, que tem muito crédito, a torcida apoiou o número 26 e o time do Cruzeiro, logo após o gol sofrido. E o empate apareceu 1 minuto depois, com Arrascaeta, após boa trama entre Thiago Neves, Robinho e o uruguaio. Já no fim do primeiro tempo, o Cruzeiro voltou a marcar, porém novamente o tento foi bem anulado.
A segunda metade foi mais tranquila, considerando que a equipe celeste assumiu uma postura mais ofensiva. O adversário continuava com dificuldades de criação, sem um homem com esta característica. Após algumas tentativas frustradas, uma tabela entre os camisas 10 e 30 azuis culminaram em cruzamento para Robinho completar de peito e virar a partida. A jogada foi muito interessante, analisando a movimentação dos três meias. A bola girou entre os dois lados do campo, vagarosamente. Arrascaeta apareceu pela direita, e lentamente se dirigiu para o outro lado. Thiago Neves voltou para buscar a bola, distribuiu ao volante Henrique e arrancou em direção à área. Neste momento, a jogada foi acelerada, primeiro com Cabral, depois com Arrascaeta, que tabelou com TN30 e cruzou para Robinho. Paciência até encontrar a brecha e aceleração da jogada na hora certa.
Em seguida, Barcos deixou o campo para a entrada de Raniel. O gol incendiou a torcida e o time, que continuou atacando, foi premiado 5 minutos depois com um lance de sorte e oportunismo de Raniel. Um cruzamento equivocado de Robinho gerou desvio da zaga americana, tirando o goleiro João Ricardo da jogada e deixando Raniel com o gol aberto. A equipe celeste teve pelo menos outras três oportunidades claras para ampliar no placar, mas pecou nas finalizações.
Individualmente, um ponto muito positivo foi a partida de Robinho, que teve boas ações ofensivas, participando dos três gols e de outras chances desperdiçadas, bem como teve boas ações defensivas, recompondo o meio de campo pelo lado direito e ajudando com desarmes. Outro que merece ser exaltado é Barcos. Para um atacante de 34 anos que treinou duas vezes com o elenco, o argentino mostrou muita mobilidade e vontade de ajudar. Apareceu pelos lados do campo, voltou para recompor a defesa, e buscou participar o máximo possível, mas o baixo nível de entrosamento ainda não permitiu grandes jogadas. Thiago Neves, apesar de mais uma partida ruim, se movimentou muito no primeiro tempo e participou ativamente de dois gols.
O próximo compromisso do Cruzeiro é amanhã, contra o Atlético-PR novamente. Esperança de vitória, afinal jogaremos em casa, temos um time melhor e o momento do Furacão não é bom. Um abraço, saudações celestes!
Deste jogo, infelizmente, extraímos mais pontos negativos do que positivos. A equipe celeste, ao melhor estilo Mano Menezes, utilizou a estratégia de evitar correr riscos. Por isso, não se lançou ao ataque em busca de um gol, e foi beneficiada pela baixa qualidade técnica do adversário paranaense. Diante disso, assistir ao primeiro tempo foi como ingerir sonífero, já que os times finalizaram pouquíssimas vezes e não proporcionaram grandes emoções.
Taticamente, o Cruzeiro entrou no seu habitual 4-2-3-1, com Thiago Neves centralizado, Arrascaeta pela esquerda e Rafinha pela direita. Sóbis fez a função de centroavante. Houve a dificuldade para criar jogadas, uma vez que Neves não fazia um bom jogo, perdendo algumas bolas e gerando contra-ataques, enquanto Rafinha e Arrascaeta não conseguiam fugir da marcação. Sóbis, mais uma vez improvisado, incomodou apenas por meio de um belo chute de longa distância, defendido pelo goleiro Santos.
O panorama da partida mudou apenas a partir dos 20 minutos do segundo tempo, com as mudanças feitas por Mano Menezes. Raniel entrou no lugar do nosso camisa 30 e deu mais dinâmica ao ataque. Mesmo assim, a melhor chance havia sido de Edilson, em outro chute de longe. Devo citar também Robinho, que entrou por 15 minutos e participou ativamente da partida, inclusive no lance do gol de Arrascaeta. Este, inclusive, foi um lance extremamente objetivo, que começou em Edilson no campo defensivo, passou por Raniel e Robinho, e terminou no uruguaio. Exatos 13 segundos entre o domínio do lateral-direito e a passagem da bola pelas redes paranaenses. Robinho teve ainda boa chance de fazer o segundo, mas parou no goleiro Santos.
Já nos acréscimos, o Atlético-PR empatou com Bergson, em falha coletiva da zaga do Cruzeiro, que ficou assistindo o atacante adversário receber, "chapelar" e completar para o véu da noiva do gigante da Pampulha. Individualmente, destaque negativo para Thiago Neves e David, que também pouco produziu. Sóbis pouco apareceu, mas jogou improvisado. Rafinha mais uma vez se doou muito, e Arrascaeta teve seus bons momentos. Destaque positivo para Raniel e Robinho, responsáveis pela melhora na criação de jogadas, e Edilson que cresceu de produção no segundo tempo.
Pela Copa do Brasil, o Cruzeiro volta a campo no dia 01/08, quarta-feira, contra a equipe do Santos, em São Paulo. Até lá, apenas jogos do Brasileirão, como o da última quinta-feira, 19/07, contra o América-MG, que marcou a estreia do pirata Hernan Barcos com a camisa celeste.
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro |
Cheguei cedo ao estádio, acompanhado do meu celular e da minha câmera fotográfica (meu pai, fiel escudeiro dos jogos, ainda estava a caminho). Apesar do futebol não muito convincente do jogo anterior, eu estava confiante que venceríamos, afinal venho acompanhando os jogos do América-MG, e não acreditava que o Cruzeiro teria chances de perder. Penso que, por mais que falte intensidade, o time azul é bem arrumado taticamente pelo treinador e é muito superior tecnicamente.
Diferentemente da partida contra o Atlético-PR, o Cruzeiro buscou mais as ações, embora tenha demorado cerca de 10 minutos para conseguir a primeira chance. Até então, o América-MG havia chegado por duas vezes com perigo, mas esbarrou na "dificuldade técnica" dos seus atletas de frente para concluir. Vale lembrar que o Coelho havia perdido seu camisa 10, Serginho, na véspera da partida, por estar envolvido em uma negociação. Com isso, sofreu com a falta de reposição à altura, o que culminou em uma escalação mais defensiva do técnico Ricardo Drubscky, com 4 volantes de origem (Wesley e Cristian jogaram mais adiantados, fora de suas respectivas posições), Aderlan flutuando pelas pontas e He-Man dentro da área. Na marcação, o América ora formava duas linhas de 4, ora formava uma linha de 4 na zaga e outra de 5 no meio, e isto dificultou as ações celestes.
Mesmo com as perigosas chegadas do América nos primeiros minutos, o Cruzeiro tinha mais a bola, e inclusive marcou um gol, que fora anulado corretamente. A equipe celeste continuou a tentar criar suas chances, mas não levava tanto perigo. Thiago Neves claramente se movimentou bastante, mas voltou a tomar decisões erradas, que gastaram um pouco a paciência do torcedor.
Tudo corria razoavelmente bem, até que Dedé pisou bisonhamente na bola. Cristian aproveitou a oportunidade e acertou um chute na gaveta, com extrema felicidade. No entanto, por se tratar do Mito, que tem muito crédito, a torcida apoiou o número 26 e o time do Cruzeiro, logo após o gol sofrido. E o empate apareceu 1 minuto depois, com Arrascaeta, após boa trama entre Thiago Neves, Robinho e o uruguaio. Já no fim do primeiro tempo, o Cruzeiro voltou a marcar, porém novamente o tento foi bem anulado.
A segunda metade foi mais tranquila, considerando que a equipe celeste assumiu uma postura mais ofensiva. O adversário continuava com dificuldades de criação, sem um homem com esta característica. Após algumas tentativas frustradas, uma tabela entre os camisas 10 e 30 azuis culminaram em cruzamento para Robinho completar de peito e virar a partida. A jogada foi muito interessante, analisando a movimentação dos três meias. A bola girou entre os dois lados do campo, vagarosamente. Arrascaeta apareceu pela direita, e lentamente se dirigiu para o outro lado. Thiago Neves voltou para buscar a bola, distribuiu ao volante Henrique e arrancou em direção à área. Neste momento, a jogada foi acelerada, primeiro com Cabral, depois com Arrascaeta, que tabelou com TN30 e cruzou para Robinho. Paciência até encontrar a brecha e aceleração da jogada na hora certa.
Em seguida, Barcos deixou o campo para a entrada de Raniel. O gol incendiou a torcida e o time, que continuou atacando, foi premiado 5 minutos depois com um lance de sorte e oportunismo de Raniel. Um cruzamento equivocado de Robinho gerou desvio da zaga americana, tirando o goleiro João Ricardo da jogada e deixando Raniel com o gol aberto. A equipe celeste teve pelo menos outras três oportunidades claras para ampliar no placar, mas pecou nas finalizações.
Foto: Rodney Costa / Eleven / Estadão Conteúdo |
Individualmente, um ponto muito positivo foi a partida de Robinho, que teve boas ações ofensivas, participando dos três gols e de outras chances desperdiçadas, bem como teve boas ações defensivas, recompondo o meio de campo pelo lado direito e ajudando com desarmes. Outro que merece ser exaltado é Barcos. Para um atacante de 34 anos que treinou duas vezes com o elenco, o argentino mostrou muita mobilidade e vontade de ajudar. Apareceu pelos lados do campo, voltou para recompor a defesa, e buscou participar o máximo possível, mas o baixo nível de entrosamento ainda não permitiu grandes jogadas. Thiago Neves, apesar de mais uma partida ruim, se movimentou muito no primeiro tempo e participou ativamente de dois gols.
O próximo compromisso do Cruzeiro é amanhã, contra o Atlético-PR novamente. Esperança de vitória, afinal jogaremos em casa, temos um time melhor e o momento do Furacão não é bom. Um abraço, saudações celestes!
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