Até quando, Cruzeiro?
Estou ficando cansado, amigos. Cansado de dizer que o time não jogou tão mal, mas não aproveitou as oportunidades. Sei que para os meus amigos cornetas (não entendam "cornetas" como depreciativo, vocês são fundamentais ao futebol), nada está bom. Mas tentando observar e analisar os jogos com o pouco e humilde conhecimento que tenho, seguido de análise numérica, e dos melhores momentos, sigo nesta estrada massante de que o futebol cruzeirense não é dos piores.
Considerando os princípios operacionais ofensivos do futebol (manter a posse de bola, progredir pelo campo e criar situações para finalizar), e os números apresentados pela equipe do Cruzeiro nos últimos dois jogos mostram que estes princípios foram seguidos. Os celestes criaram mais que corinthianos e são paulinos, e tiveram boa posse de bola, dadas as circunstâncias dos dois jogos. Defensivamente, os princípios operacionais pregam a recuperação da posse de bola, e os impedimentos das progressões e finalizações adversárias. Nesses pontos, o Cruzeiro não costuma ser tão intenso, já que, por preferência do treinador Mano Menezes, prefere marcar as zonas e fechar os espaços prioritariamente. Esta maneira de defender, inclusive, é um dos pontos criticados pela torcida, mas se bem feito pode dar bons resultados.
Outras falhas já incomodam demais a torcida celeste. Alguns atletas não vêm rendendo o esperado, há uma insistência na maneira de construir as jogadas, ineficiência na conclusão das jogadas e ao matar contra-ataques dos adversários. Foi assim contra o Corinthians na última quarta-feira e ontem contra o São Paulo.
Falando da partida de ontem, ao analisar os lances dos gols do adversário, é possível perceber que a defesa azul não mata as jogadas quando precisa. No primeiro gol, após falta cobrada por Edílson, Mancuello errou o cruzamento, Ariel Cabral não fez a falta em Reinaldo, que virou o jogo e proporcionou que João Rojas fizesse a jogada na velocidade. Edilson também poderia ter feito a falta, mas não a fez. Já no lance do segundo gol, Leo foi quem não matou a jogada no meio de campo, o que proporcionou o pivô e a arrancada em velocidade da equipe paulista. Com a defesa desmontada, foi difícil de segurar a subida de Reinaldo, culminando no gol de Everton.
Para as jogadas ofensivas, o que vimos foi um time muito centrado em utilizar De Arrascaeta e Barcos na criação. Egídio e Edílson não conseguiram chegar à linha de fundo com bons cruzamentos, Rafinha e Mancuello pouco acrescentaram na partida, assim como David. Dessa forma, a saída era esperar uma jogada individual do uruguaio ou uma das várias escapadas do argentino da área. E foi em uma destas escapadas que saiu o lance do pênalti, desperdiçado pelo Pirata. Outra alternativa desesperada no jogo de ontem foi utilizar Raniel como ponta pela direita. Apesar do camisa 17 ter dado trabalho e criado algumas jogadas, claramente não é a melhor posição para ele. Em resumo, apesar de buscar sempre as mesmas alternativas, com poucos jogadores inspirados, o Cruzeiro criou e perdeu boas chances. Muitos podem discordar de mim, mas seria pior não estar criando absolutamente nada.
Individualmente, na minha opinião, Edílson, Ariel Cabral, Mancuello e David ainda estão muito abaixo do esperado. Nosso lateral direito demonstra certa preguiça em fases do jogo, para acompanhar na marcação, ou fazer jogadas ofensivas. Ariel não é intenso na marcação e tem errado passes fáceis no meio de campo. Isso sobrecarrega Henrique, que às vezes sai de sua função de primeiro volante para cobrir erros do colega. Mancuello parece ser um jogador técnico, mas ainda não se encaixou pelo Cruzeiro. Pelo que conheço do jogador, as características dele são semelhantes às de Cabral, que seria como um meia de ligação, sem tanta obrigação de marcação como volante, porém com pouca velocidade. Por fim, David pouco buscou as jogadas individuais que chamaram a atenção nos tempos de Vitória. Percebe-se que é um jogador forte, com velocidade, mas até então não foi objetivo em suas participações.
Como solução, vejo a entrada de Lucas Romero, seja no meio como companheiro de Henrique ou até Lucas Silva, ou na lateral direita, para fechar mais aquele espaço. No segundo caso, Lucas Silva formaria a dupla de volantes com Henrique. A entrada de Romero dá mais combatividade ao setor que ele ocupar, e pode dar mais liberdade de atuação para outros setores.
Na parte ofensiva, vejo duas possibilidades. Robinho atuando com Arrascaeta pelo meio, na armação de jogadas, com Barcos e Raniel como atacantes. Ou a tática comum utilizada por Mano Menezes, com Thiago Neves, Robinho e Arrascaeta como meias, e o Pirata como centroavante. Penso que a primeira delas seria uma boa alternativa mais ofensiva, para jogos teoricamente com mais espaço. Para o jogo de quarta, contra o Santos, imagino que Mano não vá fazer grandes mudanças.
Em suma, é preciso mudar algo. Imagino que o problema maior seja de atitude e comprometimento, principalmente de jogadores renomados que estão apresentando futebol pobre. Nosso próximo jogo é de extrema importância para a temporada, contra um adversário que não vive bom momento, possui treinador recém-contratado, e pode ter desfalques importantes. É uma ótima oportunidade de mostrar a todos que minha teimosia em achar que o futebol do Cruzeiro não é dos piores faz algum sentido. Espero que os jogadores contribuam comigo!
Abraços a todos!
Foto retirada em: https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/cruzeiro/2018/07/29/noticia_cruzeiro,493007/mano-lamenta-nova-derrota-em-jogo-que-cruzeiro-criou-muitas-chances.shtml |
Considerando os princípios operacionais ofensivos do futebol (manter a posse de bola, progredir pelo campo e criar situações para finalizar), e os números apresentados pela equipe do Cruzeiro nos últimos dois jogos mostram que estes princípios foram seguidos. Os celestes criaram mais que corinthianos e são paulinos, e tiveram boa posse de bola, dadas as circunstâncias dos dois jogos. Defensivamente, os princípios operacionais pregam a recuperação da posse de bola, e os impedimentos das progressões e finalizações adversárias. Nesses pontos, o Cruzeiro não costuma ser tão intenso, já que, por preferência do treinador Mano Menezes, prefere marcar as zonas e fechar os espaços prioritariamente. Esta maneira de defender, inclusive, é um dos pontos criticados pela torcida, mas se bem feito pode dar bons resultados.
Outras falhas já incomodam demais a torcida celeste. Alguns atletas não vêm rendendo o esperado, há uma insistência na maneira de construir as jogadas, ineficiência na conclusão das jogadas e ao matar contra-ataques dos adversários. Foi assim contra o Corinthians na última quarta-feira e ontem contra o São Paulo.
Falando da partida de ontem, ao analisar os lances dos gols do adversário, é possível perceber que a defesa azul não mata as jogadas quando precisa. No primeiro gol, após falta cobrada por Edílson, Mancuello errou o cruzamento, Ariel Cabral não fez a falta em Reinaldo, que virou o jogo e proporcionou que João Rojas fizesse a jogada na velocidade. Edilson também poderia ter feito a falta, mas não a fez. Já no lance do segundo gol, Leo foi quem não matou a jogada no meio de campo, o que proporcionou o pivô e a arrancada em velocidade da equipe paulista. Com a defesa desmontada, foi difícil de segurar a subida de Reinaldo, culminando no gol de Everton.
Para as jogadas ofensivas, o que vimos foi um time muito centrado em utilizar De Arrascaeta e Barcos na criação. Egídio e Edílson não conseguiram chegar à linha de fundo com bons cruzamentos, Rafinha e Mancuello pouco acrescentaram na partida, assim como David. Dessa forma, a saída era esperar uma jogada individual do uruguaio ou uma das várias escapadas do argentino da área. E foi em uma destas escapadas que saiu o lance do pênalti, desperdiçado pelo Pirata. Outra alternativa desesperada no jogo de ontem foi utilizar Raniel como ponta pela direita. Apesar do camisa 17 ter dado trabalho e criado algumas jogadas, claramente não é a melhor posição para ele. Em resumo, apesar de buscar sempre as mesmas alternativas, com poucos jogadores inspirados, o Cruzeiro criou e perdeu boas chances. Muitos podem discordar de mim, mas seria pior não estar criando absolutamente nada.
Individualmente, na minha opinião, Edílson, Ariel Cabral, Mancuello e David ainda estão muito abaixo do esperado. Nosso lateral direito demonstra certa preguiça em fases do jogo, para acompanhar na marcação, ou fazer jogadas ofensivas. Ariel não é intenso na marcação e tem errado passes fáceis no meio de campo. Isso sobrecarrega Henrique, que às vezes sai de sua função de primeiro volante para cobrir erros do colega. Mancuello parece ser um jogador técnico, mas ainda não se encaixou pelo Cruzeiro. Pelo que conheço do jogador, as características dele são semelhantes às de Cabral, que seria como um meia de ligação, sem tanta obrigação de marcação como volante, porém com pouca velocidade. Por fim, David pouco buscou as jogadas individuais que chamaram a atenção nos tempos de Vitória. Percebe-se que é um jogador forte, com velocidade, mas até então não foi objetivo em suas participações.
Foto: Vinnicius Silva / Cruzeiro |
Como solução, vejo a entrada de Lucas Romero, seja no meio como companheiro de Henrique ou até Lucas Silva, ou na lateral direita, para fechar mais aquele espaço. No segundo caso, Lucas Silva formaria a dupla de volantes com Henrique. A entrada de Romero dá mais combatividade ao setor que ele ocupar, e pode dar mais liberdade de atuação para outros setores.
Na parte ofensiva, vejo duas possibilidades. Robinho atuando com Arrascaeta pelo meio, na armação de jogadas, com Barcos e Raniel como atacantes. Ou a tática comum utilizada por Mano Menezes, com Thiago Neves, Robinho e Arrascaeta como meias, e o Pirata como centroavante. Penso que a primeira delas seria uma boa alternativa mais ofensiva, para jogos teoricamente com mais espaço. Para o jogo de quarta, contra o Santos, imagino que Mano não vá fazer grandes mudanças.
Em suma, é preciso mudar algo. Imagino que o problema maior seja de atitude e comprometimento, principalmente de jogadores renomados que estão apresentando futebol pobre. Nosso próximo jogo é de extrema importância para a temporada, contra um adversário que não vive bom momento, possui treinador recém-contratado, e pode ter desfalques importantes. É uma ótima oportunidade de mostrar a todos que minha teimosia em achar que o futebol do Cruzeiro não é dos piores faz algum sentido. Espero que os jogadores contribuam comigo!
Abraços a todos!
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