O Fim da Superstição e do Sonho
Brasil elimina superstição do meu aniversário e o México, mas perde da Bélgica e dá adeus ao sonho do Hexa
Em 02 de julho de 2010, meu aniversário,
na plenitude dos meus 17 anos, o Brasil decepcionou seus torcedores ao perder
de virada para a Holanda, pela Copa do Mundo da África, dando adeus à
competição naquela oportunidade. Confesso que, à época, eu não estava empolgado
com a seleção. As atuações antes daquele jogo não haviam sido nada
convincentes, e somava-se a isso a grande decepção da Copa de 2006.
Já em 2014, meu aniversário escapou da maldição da Copa do Mundo, já que caiu exatamente entre as oitavas e as quartas de final. O jogo contra a Colômbia, em 04 de julho, nos fez pensar que o Hexa poderia vir, afinal estávamos embalados e havíamos vencido a Espanha na Copa das Confederações no ano anterior, com uma vitória maiúscula. Doce ilusão.
Mas este texto não é para falar do 7x1 ou da Copa de 2010. Se você está esperando uma análise cheia de números, dos três jogos que se passaram, lamento te decepcionar. Os próximos parágrafos vão transmitir um pouco do que foram as últimas semanas, em termos de Copa do Mundo.
Antes de assegurar a classificação contra a Sérvia, já sabíamos que nosso grande algoz de 2014 estava eliminado. Entretanto, em nossa chave estavam 6 grandes seleções, seja em tradição e títulos (Brasil, França, Argentina, Uruguai) ou em um ótimo momento, com gerações promissoras (Portugal, campeão europeu, e Bélgica). As outras duas corriam por fora, com mais atenções voltadas para o México, então próximo adversário brasileiro, que havia vencido a Alemanha.
Do outro lado, estavam Espanha, Inglaterra, Colômbia e outras 5 seleções das quais ninguém esperava muita coisa, afinal se classificaram em grupos com adversários teoricamente fracos (Suíça, Rússia, Croácia e Dinamarca) ou por meio das famosas "zebras" (caso da Suécia).
Daí, vem à tona a velha máxima do futebol e de qualquer outro esporte: "Para ser campeão, não se pode escolher adversário". Dessa forma, o senso comum apontava para um caminho espinhoso, porém possível para nossa seleção, vinda de um aproveitamento espetacular com o técnico Tite.
"Ora, passaremos do México sem sustos, venceremos a Bélgica em um jogo difícil, nos vingaremos da França, e triunfaremos sobre a Espanha na final". - COMUM, Senso.
Só esquecemos de um fato: o futebol mudou muito, e o senso comum, que acertava muitas vezes no passado, já é um senhor de idade bem antiquado no atual esporte bretão. Se você ainda duvida disso, pare um pouco para pensar. Poderia a Islândia, estreante em Copas do Mundo, empatar com a Argentina de Messi e Cia? Poderia a Coréia do Sul, virtualmente desclassificada, vencer e eliminar a atual campeã Alemanha? Poderiam Marrocos e Irã segurarem, respectivamente, Espanha e Portugal?
Pois bem, eu não estava nem aí. Eu confiava no Brasil. O México sempre foi nosso freguês em Copas, nossa seleção vinha numa crescente na competição (time campeão é assim), nós tínhamos Coutinho e Neymar, que se dane o resto, tudo daria certo, fui clubista mesmo, por mim poderia pegar essas zebras da primeira fase e comer com jiló.
- Ótimo, que dia vai ser o jogo?
- Dois de julho.
Na hora, veio o filme de 2010 na minha cabeça. A ideia de que meu aniversário conquistaria o bi antes do Atlético-MG começou a incomodar. No dia do jogo, procurei não fazer muita coisa diferente em relação às nossas vitórias anteriores. Assisti em meu quarto, tranquilo, sem grandes distrações.
O início do jogo me trouxe à mente os pensamentos negativos novamente. O México tinha mais posse de bola e pressionava a defesa brasileira, que se virava de todas as formas possíveis. Diferentemente dos outros jogos, Willian fez ótima partida, e contribuiu bastante para quebrar de uma vez por todas a superstição do meu aniversário, com a vitória convincente por 2x0.
A confiança, que já era grande, aumentava a cada partida. O oponente das quartas, definido horas depois de Brasil x México, seria a Bélgica, após virada heroica contra a seleção do Japão, no último minuto.
Superado o problema com o meu aniversário e inspirado por mais um ano de experiência adquirido, acordei empolgado na sexta-feira, dia da partida. Bandeirinha no carro, camisa da seleção no trabalho, e ansiedade por toda a manhã. Em dia de jogo importante, do Cruzeiro ou do Brasil, os minutos que antecedem as partidas demoram a passar. Como se não bastasse, levei incríveis 80 minutos para percorrer um trecho que, em dias normais, gasto 20. Mesmo assim, nada poderia me abalar. O quinto passo para o hexa estava próximo, eu estava em casa a tempo, Brasil embalado e a Bélgica... bem, a Bélgica...
- Poxa, a geração belga sofreu para vencer o Japão, vai dar Brasil demais!
Pois é, meus amigos. Não foi desta vez. A Bélgica surpreendeu, mudou a tática, foi feliz na estratégia e mais eficiente nas finalizações. Particularmente, nunca fui de ficar nervoso em jogos do Brasil, gritar nos lances, xingar, como costumeiramente faço nos jogos do Cruzeirão Cabuloso. Mas tenho que confessar que, neste jogo, xinguei muito o Fernandinho (sem ofendê-lo, como os imbecis que atacaram o jogador nas redes sociais), mandei o Coutinho à P#$a que P*#?!u quando ele perdeu o gol já no fim do jogo, fiquei p... da vida com o Neymar... essas coisas de torcedor. Comemorei muito o gol, apesar de ter cornetado a entrada do Renato Augusto. Infelizmente, toda a torcida não foi suficiente, o sonho do Hexa foi adiado, e as bad vibes tomaram conta da sexta-feira.
Nesta Copa, porém, não fiquei decepcionado com a eliminação. Na minha opinião, a seleção canarinho foi superior à belga, buscou mais o jogo, criou boas oportunidades, mas não teve eficiência. É importante ressaltar que a Bélgica definiu uma estratégia e a executou muito bem, teve seus méritos na classificação. A minha tristeza se deu por acreditar que o Brasil era muito mais qualificado que as seleções da Inglaterra, semifinalista, e até da Croácia, finalista.
Outro motivo de tristeza é a sede de vingança não saciada que tenho em relação à França. Uma das primeiras lembranças que tenho em minha vida de torcedor de futebol, senão a primeira, é a acachapante derrota para os azuis em 1998. E, claro, a derrota da seleção do quadrado mágico em 2006.
Para nós, brasileiros, resta juntar os cacos e buscar a necessária renovação da seleção. Na minha visão, é inquestionável a continuidade de Tite. Penso, no entanto, que Neymar deve realizar uma profunda reflexão sobre a maneira como se comporta em campo. Como dito no texto anterior, é um craque. Mas seu comportamento infantil e marrento fez com que, durante a Copa, seu status fosse de candidato a craque da Copa para Piada Mundial.
Já sobre o restante da Copa, França e Croácia chegaram com méritos até a final. A França fez partidas seguras durante toda a competição, e os croatas superaram os limites técnicos e físicos do elenco para vencer adversários como Argentina e Inglaterra, além de três prorrogações. Como torcedor, espero que a Croácia vença, embora acredite que os franceses serão bicampeões.
Por fim, a chave já está virada de volta para o Cruzeirão Cabuloso, que joga já na segunda uma grande decisão pela Copa do Brasil, contra o Atlético-PR. Agora é torcer como nunca pelo hexa possível neste ano.
Abraços a todos e saudações celestes!
Nesta Copa, porém, não fiquei decepcionado com a eliminação. Na minha opinião, a seleção canarinho foi superior à belga, buscou mais o jogo, criou boas oportunidades, mas não teve eficiência. É importante ressaltar que a Bélgica definiu uma estratégia e a executou muito bem, teve seus méritos na classificação. A minha tristeza se deu por acreditar que o Brasil era muito mais qualificado que as seleções da Inglaterra, semifinalista, e até da Croácia, finalista.
Outro motivo de tristeza é a sede de vingança não saciada que tenho em relação à França. Uma das primeiras lembranças que tenho em minha vida de torcedor de futebol, senão a primeira, é a acachapante derrota para os azuis em 1998. E, claro, a derrota da seleção do quadrado mágico em 2006.
Para nós, brasileiros, resta juntar os cacos e buscar a necessária renovação da seleção. Na minha visão, é inquestionável a continuidade de Tite. Penso, no entanto, que Neymar deve realizar uma profunda reflexão sobre a maneira como se comporta em campo. Como dito no texto anterior, é um craque. Mas seu comportamento infantil e marrento fez com que, durante a Copa, seu status fosse de candidato a craque da Copa para Piada Mundial.
Já sobre o restante da Copa, França e Croácia chegaram com méritos até a final. A França fez partidas seguras durante toda a competição, e os croatas superaram os limites técnicos e físicos do elenco para vencer adversários como Argentina e Inglaterra, além de três prorrogações. Como torcedor, espero que a Croácia vença, embora acredite que os franceses serão bicampeões.
Por fim, a chave já está virada de volta para o Cruzeirão Cabuloso, que joga já na segunda uma grande decisão pela Copa do Brasil, contra o Atlético-PR. Agora é torcer como nunca pelo hexa possível neste ano.
Abraços a todos e saudações celestes!
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