Filmes Repetidos, Finais Felizes
Amigos, a partida de ontem seguiu um roteiro cada vez mais familiar para nós, cruzeirenses. Como a maioria dos filmes clichês, passamos por momentos com poucas emoções, momentos "negativos", em que o mocinho sofre por determinado tempo, e claro, bons momentos com a reviravolta no fim. Todos estes ingredientes não poderiam dispensar seus personagens, com direito a pirata, a juiz "Vin Diesel" e ao (atualmente) abominável homem das Neves.
![]() |
Foto: Vinnicius Silva / Cruzeiro |
O primeiro tempo da partida foi como aquele filme romântico chato, em que as cenas mostram situações comuns a outros filmes do gênero, e não há emoções ou momentos cativantes. O Cruzeiro se apresentava mal, com posse de bola improdutiva, enquanto o Furacão se mostrava diferente em relação ao jogo da segunda passada, pela Copa do Brasil, e levava perigo em suas chegadas. Ontem, o técnico Tiago Nunes optou por um 4-4-2, com Guilherme flutuando e armando as jogadas, Nikão dando amplitude pela esquerda, e dois centroavantes de ofício, Bergson e Pablo, nos momentos ofensivos. Quando se defendia, a equipe paranaense utilizava duas linhas de 4 bem compactas, e uma linha de dois atacantes (Guilherme funcionava como um dos atacantes no momento de defesa, enquanto Pablo marcava na segunda linha, pela direita).
A partir disso, como em todo filme chato clichê, surgiu o mesmo pressentimento quanto ao protagonista da história: - "Vai dar merda." E deu. Após chegadas com perigo do adversário, o árbitro Vin Diesel resolveu aparecer. Arrascaeta disputou uma bola com Jonathan após lançamento da zaga celeste, foi claramente derrubado faltosamente, e o juiz mandou seguir. Na sequência do lance, o careca ainda "dominou" a bola após passe de Pablo, facilitando a progressão do jogador atleticano Bruno Guimarães, que tabelou e sofreu o pênalti a seu favor. Mérito para o atleta do Furacão que foi veloz, demérito para o árbitro que deixou o torcedor furioso. Assim, após o meu trocadilho e a cobrança de Guilherme Bunda, o Cruzeiro ficou em desvantagem no placar.
Juizão Vin Diesel - Foto: Fábio Motta |
O intervalo foi o momento de incerteza. Quando assisto a um filme, em que as cenas se desenrolam conforme esperado, sempre fico na esperança da quebra de expectativa: - "Será que o protagonista dessa vez não vai se dar bem?" Ontem, com o pífio futebol praticado no primeiro tempo, havia o temor de que aquela situação desfavorável não iria se reverter.
Eis que nossos heróis nada improváveis resolveram aparecer. A Raposa voltou a campo faminta, sufocando o vilão, com sede de vitória. Arrascaeta começou a aparecer cada vez melhor, Barcos demonstrava toda sua raça, e Romero, Leo e Dedé se desdobravam nos desarmes. Mas faltava alguém para acertar o último passe. Mais uma vez, Thiago Neves não fazia bom jogo e pouco contribuía. Robinho não rendeu bem no primeiro tempo, mas cresceu de produção na segunda etapa. E aí veio a grande sacada de Mano Menezes que mudou o jogo. Robinho foi deslocado para o meio, Lucas Silva deixou o campo para a entrada de Rafinha. Logo no primeiro lance após a substituição, Robinho deu uma assistência magnífica para nosso uruguaio completar, como um centroavante, de peixinho. Com o gol, o camisa 10 se tornou o maior artilheiro estrangeiro da história do Cruzeiro, o maior artilheiro isolado do novo Mineirão, e o maior artilheiro do time na temporada 2018.
Não satisfeito, o comandante Mano fez outra mexida ousada, buscando a virada. Sacou o abominável Homem das Neves e colocou o garoto Raniel. Cerca de cinco minutos depois, o protagonista Cruzeiro deu o golpe final, por meio do seu Pirata. Mais uma vez, Robinho cruzou com maestria, e o centroavante argentino marcou seu primeiro tento com a camisa azul.
No final das contas, o jogo do Cruzeiro funcionou como um grande filme clichê. No entanto, os torcedores não gostam destes tipos de filmes, e esperam ver um grande espetáculo desde o início. Mesmo assim, o dever de casa foi feito, os três pontos foram somados e a Raposa ocupa agora a terceira posição na tabela, podendo cair para a quarta após o jogo do Internacional daqui a pouco. Depois de amanhã, esperamos um roteiro menos sofrido, com final feliz, contra o Corinthians.
Grande abraço a todos, até a próxima!
Comentários
Postar um comentário